quinta-feira, 15 de maio de 2008

Jigoro Kano

Jigoro Kano nasceu em 1860 a 28 de Outubro em Mikage província de Hyogo. Em 1877 entra na Universidade imperial como estudante da faculdade de literatura. Desde há algum tempo que tinha uma grande inquietude acerca de um método antigo de luta: O Ju Jutsu. Ele, que sempre foi um jovem de fraca compleição física e fraco, pensava que tal arte lhe poderia dar solução para o seu problema de inferioridade física. Nesse mesmo ano entra na escola de Tenhiu Shinyo sob as ordens de mestre Fukuda de Ju Jutsu. Em 1879 recebe ensinamentos de mestre Iso e em 1891 continua com perseverança sob o ensinamento de mestre Okubo do estilo Kito. Nesse mesmo ano licencia-se em Letras Políticas e Ciência Económicas.

À medida que vai progredindo na aprendizagem destes estilos de Ju Jutsu dá-se conta do grande valor educativo que continham. Ao mesmo tempo que realizava uma investigação sobre outros estilos reconheceu que o Ju Jutsu era uma das importantes culturas tradicionais do Japão e que não devia deixar que desaparecessem. Apesar de encontrar alguns aspectos negativos e ilógicos, tratava-se de melhorá-lo rectificando-o, este sistema poderia servir praticamente como uma fórmula de Educação física e cultural para o seu povo e para o resto do mundo.

Com esta ideia em 1882 Kano criou a sua própria escola a que deu o nome de Kodokan (local que ensina o caminho). E assim começou o seu histórico movimento com apenas 9 discípulos.

Kodokan

O novo método criado por Kano, não era uma simples arte de ataque e defesa como o Ju Jutsu, este novo Ju Jutsu era um caminho que os homens deviam seguir através da sua prática. Deu-lhe um novo nome Judo (caminho da suavidade).

A perspectiva filosófica do Ju Jutsu era Princípio da Suavidade, esta ideia estava influenciada pela filosofia chinesa e pelo confucionismo que dizia Não deves resistir contra a força de um adversário, pelo contrário, devemos absorvê-la e aproveitá-la para vencer.

Sob esta ideia nasce um novo princípio expresso pela frase SeirYoku Tenyo: Máxima eficácia no uso da força.

Kano disse: A condição especial para derrubar o nosso oponente é utilizar um mínimo da nossa força; este princípio é perfeitamente aplicável em todos os momentos da nossa vida. Todos os homens nascem com as mesmas oportunidades: apesar de uns permanecerem na ignorância, outros convertem-se em pessoas importantes e admiradas. Este é um simples resultado da aplicação deste princípio.

Posteriormente a este princípio Kano fala-nos de outro que intitula Zita Kyoei: progresso mútuo.

Kano disse: O Judo é o caminho mais eficaz para o fortalecimento quer físico quer mental. Com o treino disciplina-se e prepara-se o corpo e o espírito, mediante a prática e as técnicas de ataque e defesa; desta forma conhecemos o essencial deste caminho. A utilização contínua destas técnicas é a meta fundamental do Judo; superando-se a si próprio até à perfeição em benefício do mundo.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Judô



Judo é uma palavra japonesa cuja origem etimológica se decompõe em ju e do e que literalmente se poderia traduzir como a via da suavidade.
Modalidade Olímpica desde 1964, teve a sua origem nas ancestrais artes guerreiras japonesas (jujitsu). Não podemos dissociar do Judo a figura do seu fundador, o Professor Jigoro Kano, homem notável e fundador do Judo e com uma biografia sempre pontuada pelo serviço e dedicação ao Desporto e à Comunidade. Este homem cuja imagem é saudada diariamente em todos os dojos do Mundo, não só fundou o Judo, como foi ainda um insigne pedagogo e anteviu a importância global do Desporto sendo o primeiro Japonês a integrar o Comité Olímpico Internacional. Em 1882, Jigoro Kano, fundou o Instituto Kodokan com o objectivo da prática da educação física, de que era adepto da sua prática nas escolas, e também do ensino do que viria a ser conhecido actualmente como Judo Kodokan. Nessa época o dôjo (local de treino) tinha apenas 12 tatamis e o número de alunos era de apenas nove, hoje são milhões, de ambos os sexos, os praticantes de Judo na actualidade.Logo, o Judo é muito mais do que um desporto de competição, uma modalidade Olímpica, ou uma arte marcial, é tudo isso e ainda o que cada praticante dele quiser, já que o Judo é essencialmente uma disciplina individual.Apesar de já conhecido e praticado em Portugal é, em 1958, com a vinda do Mestre Kyoshi Kobayashi, (9º Dan) considerado o «pai» do Judo no nosso país, que se dá, através dos seus alunos a divulgação do Judo por todo o país.Em 1962, pela primeira vez aparece o Judo nos Açores, pela mão de um dos alunos do Mestre Kyoshi Kobayashi, O Mestre Fernando Costa Matos, (7º Dan), natural dos Açores, que honrosamente integrou a nossa Equipa Olímpica em 1964, dado que à data estava a frequentar em Lisboa o curso de Educação Física, pelo que, aquando das férias escolares, ensinava Judo a um grupo muito restrito de amigos no ginásio do então Liceu Nacional de Ponta Delgada.Com a vinda do Mestre Masatoshi Ohi (6º Dan) para S. Miguel em 1968, a ele lhe cabe por inteiro a divulgação da modalidade na região, e o lançamento das bases e de uma escola que ainda dá os seus frutos por via da primeira geração de praticantes formados pelo Mestre Masatoshi Ohi, sendo hoje inegável que o Judo é uma das modalidade que mais títulos desportivos tem obtido para a nossa região.O Judo nos Açores tem assim uma insigne história e um longo palmarés que remonta em termos Associativos a 1970. A história do Judo nos Açores remonta às bases que o Sensei Masatoshi Ohi fundou em 1968. Desde então essas bases têm sido desenvolvidas por Mestres como Jorge Batista ou Luís Paz (ambos 4º Dan), nomes que ficam associados de modo indelével à prática da modalidade nos Açores. Numa primeira fase são estes atletas, juntamente com tantos outros, como por exemplo Fernando Weitzenbaur Goyanes, Paulo Canto e Castro, António Tomé Medeiros, que constituem a primeira geração de Judocas Açorianos. Entre estes a história destaca Jorge Batista cujo nome figura em diversas inscrições no quadro de honra Português do Judo.Destaca-se também particularmente o Prof. Fernando Costa Matos que foi inclusivamente membro da equipa Nacional de Judo nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964. Durante largos anos a formação de praticantes ficou também a dever muito Fernando Weitzenbaur Goyanes (2ºDan) a quem se deve em parte a formação de um importante núcleo de praticantes na Vila de Lagoa.Mas, nem só de memória vive a projecção externa do Judo Açoriano, assim a título de exemplo basta sublinhar que ainda no decurso deste ano, Luís Paz foi elevado á categoria de árbitro continental o que constitui uma rara excepção na arbitragem de Judo a nível nacional.Feita esta breve retrospectiva local importa recordar que nas palavras do fundador do nosso Desporto e do Kodokan , o Professor Jigoro Kano, o «Judo é o caminho para a utilização eficaz da força física e espiritual. Treinando os ataques e as defesas, o corpo e a alma tornam-se apurados e a essência do Judo torna-se parte do próprio ser. Desse modo, o ser aperfeiçoa-se e contribui para valorizar o mundo. Esta é a meta final da disciplina do Judo.».Assim, o Judo não é apenas um desporto Olímpico - (por sinal um dos mais competitivos e exigentes) - ele é muito mais que isso e transcende essa realidade. Na verdade, o ensinamento, a graduação e tudo que é baseado na transmissão de conhecimento foi desenvolvido e sistematizado de tal forma que não é invulgar afirmar-se que o Judo é também uma escola para a vida. O principal objectivo na formação dos escalões mais jovens é o desenvolvimento do carácter, na formação da personalidade do indivíduo, adquirindo esta segurança, auto-estima, auto-controle e confiança perante a adversidade que a vida possa oferecer, tudo isto sempre mantendo uma ética de cortesia e urbanidade que é intrínseca à modalidade. Este lastro Universal é, porventura, uma das razões para a expansão global do Judo que inicialmente esteve circunscrito ao Japão.O Judo tem contribuído para o desenvolvimento psico-motor de milhões de crianças, de ambos os sexos, em todo o mundo, sendo hoje certo que o Judo fomenta o desenvolvimento humano a nível da coordenação motora, do aumento das potencialidades cognitivas, e sempre tendo presente o laço afectivo que decorre do respeito e da socialização. Tendo presente esta realidade o Judo tem um Código Moral que preza a Gentileza no respeito pelos outros; a Coragem de fazer o que é justo; a Sinceridade de expressão; a Honra de manter a palavra; a Modéstia de saber falar de si sem vaidade; o Respeito porque sem respeito não há confiança; o Autocontrole pois a contenção é saber ficar quieto quando a ira aflora; porque, em suma a Amizade é o mais puro e nobre dos sentimentos humanos.